Ator, diretor, artista plástico e produtor. Iniciou sua carreira em 1956. Formado pela Escola de Arte Dramática em 1961, tem participado ao longo de quase 50 anos de carreira de alguns dos mais significativos e polêmicos momentos da cena cultural brasileira. Ao todo são mais de 70 peças teatrais; 38 longa metragens; 26 telenovelas, além de inúmeras participações em eventos culturais e outros programas de televisão. Assinou a direção de sete peças de teatro, de vários shows musicais e espetáculos de dança, além de atuar como produtor em vários desses eventos. Responsável pela direção artística do Projeto Cultural do Teatro Crowne Plaza em São Paulo de 1990 a 2008. Reconhecido publicamente como ostensivo defensor da cultura nacional, colocando-se sempre à frente das mais diversas manifestações dos meios artísticos, intelectuais e políticos. Atuou na Coordenação do Comitê de Cultura do Partido dos Trabalhadores, durante a elaboração do Programa de Governo da candidatura do Presidente Lula em 1994 e do Programa de Governo 2002. Faz parte da Secretaria Nacional de Cultura do Partido dos Trabalhadores. Em 2001, recebeu a Medalha Tiradentes, a mais alta condecoração do Estado do Rio de Janeiro. Em 2005 foi agraciado pelo Estado de Minas Gerais com a Grande Medalha da Inconfidência. No Ministerio da Cultura desde 2003, foi Secretário de Música e Artes Cênicas, Secretário da Identidade e da Diversidade Cultural, Presidente da Fundação Nacional da Arte (Funarte). Atualmente é Secretário Nacional de Políticas Culturais.
terça-feira, 31 de julho de 2012
Palestrante: Sérgio Mamberti
Ator, diretor, artista plástico e produtor. Iniciou sua carreira em 1956. Formado pela Escola de Arte Dramática em 1961, tem participado ao longo de quase 50 anos de carreira de alguns dos mais significativos e polêmicos momentos da cena cultural brasileira. Ao todo são mais de 70 peças teatrais; 38 longa metragens; 26 telenovelas, além de inúmeras participações em eventos culturais e outros programas de televisão. Assinou a direção de sete peças de teatro, de vários shows musicais e espetáculos de dança, além de atuar como produtor em vários desses eventos. Responsável pela direção artística do Projeto Cultural do Teatro Crowne Plaza em São Paulo de 1990 a 2008. Reconhecido publicamente como ostensivo defensor da cultura nacional, colocando-se sempre à frente das mais diversas manifestações dos meios artísticos, intelectuais e políticos. Atuou na Coordenação do Comitê de Cultura do Partido dos Trabalhadores, durante a elaboração do Programa de Governo da candidatura do Presidente Lula em 1994 e do Programa de Governo 2002. Faz parte da Secretaria Nacional de Cultura do Partido dos Trabalhadores. Em 2001, recebeu a Medalha Tiradentes, a mais alta condecoração do Estado do Rio de Janeiro. Em 2005 foi agraciado pelo Estado de Minas Gerais com a Grande Medalha da Inconfidência. No Ministerio da Cultura desde 2003, foi Secretário de Música e Artes Cênicas, Secretário da Identidade e da Diversidade Cultural, Presidente da Fundação Nacional da Arte (Funarte). Atualmente é Secretário Nacional de Políticas Culturais.
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Sertão do Ceará, solo fértil da cultura regional
Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri |
João Paulo Marôpo, membro da diretoria da Fundação, virá ao 1° Fórum Nacional da Produção Cultural em Pequenos e Médios Municípios para participar de duas mesas: Gestão de Instituições e Projetos Culturais, no dia 9, às 14h, e Perspectivas para os museus dos pequenos e médios municípios, no dia 11, às 10h30. Nas duas oportunidades, Marôpo vai compartilhar a experiência deste projeto bem sucedido que vem fazendo diferença em sua região de atuação.
Saiba mais
Criada em 1992 a partir da restauração da primeira casa de Nova Olinda, a Fundação Casa Grande tem como missão formar crianças e jovens nas áreas de memória, comunicação, artes e turismo. Para tanto, são desenvolvidas atividades de complementação escolar por meio dos laboratórios de Conteúdo (gibiteca, DVDteca, discoteca, biblioteca e sala de informática) e Produção (memorial/museu, laboratório de TV, rádio comunitária, editora que produz gibis e jornal e oficinas de teatro), buscando a formação interdisciplinar e a sensibilização do ver, do ouvir, do fazer e do conviver.
Escola de Comunicação da Meninada do Sertão |
Após um processo de restauração, na escola, além dos laboratórios de rádio, TV, editora e internet, é mantida a rede de crianças comunicadoras em língua portuguesa, unindo Brasil, Moçambique e Angola, com apoio da UNICEF.
Teatro Violeta Arraes - Engenho de Artes Cênicas |
O Teatro Violeta Arraes - Engenho de Artes Cênicas tem projeto de Maria Elisa Costa, filha de Lucio Costa, homenageando o conjunto arquitetônico dos engenhos de rapadura da região do Cariri, berço cultural do Ceará. Lá são oferecidos cursos nas áreas de direção de espetáculos, sonoplastia, iluminação, cenário e roadie. Com uma programação aberta ao público, o espaço exibe semanalmente espetáculos nas áreas de música, dança, cineclube e teatro, buscando a formação de plateia e de gestores culturais.
Há ainda a Cooperativa Mista dos Pais e Amigos da Casa Grande (COOPAGRAN), formada pelos pais dos meninos e meninas que integram a Fundação. Os cooperados produzem e comercializam suvenires e artesanatos, mantém lojinha, cantina, bodeguinha, pousadas domiciliares e serviços de transporte.
A coreógrafa Pina Bausch visita a Casa Grande |
Bate-papo
João Paulo Marôpo, diretor da Fundação Casa Grande.
- Como surgiu a ideia da Fundação Casa Grande?
O projeto surgiu da música, com a intenção de montar um centro de cultura e memória voltado para jovens, mas aí as crianças – tem muita criança em cidade pequena - tomaram conta do projeto logo durante a criação e as atividades foram acontecendo no decorrer do tempo, de acordo com a necessidade.
- Quais obstáculos surgiram e como vocês os enfrentaram/enfrentam?
Um deles, que ainda persiste, é a manutenção (água, energia etc.), mas a gente sempre tem que enxergar acima dos obstáculos, e é isso o que estamos fazendo.
- Neste sentido, com quem vocês podem contar?
Ao longo desses anos tivemos muitos parceiros, como prefeitura, instituições públicas e privadas e pessoas físicas.
- Financeiramente, como a Fundação se mantém em pé hoje em dia?
Temos parcerias com outras instituições, com o poder público municipal e recebemos doações de pessoa física. Também já tivemos recursos do programa Ponto de Cultura, do Ministério da Cultura.
- Na sua opinião, qual é a importância do debate proposto pelo 1º Fórum Nacional da Produção Cultural em Pequenos e Médios Municípios?
Fundamental, pois é um momento de compartilhar conhecimentos e experiências no sentido de encontrar soluções para desenvolver atividades comuns.
domingo, 29 de julho de 2012
Palestrante: Tuchaua Pereira Rodrigues
Formado em Administração de Empresas e Administração Pública pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Ciências Jurídicas e Sociais Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Desde 1997 integra a Câmara Rio-Grandense do Livro, entidade que realiza a Feira do Livro de Porto Alegre. Tanto na entidade quanto no evento já atuou em variadas funções. Atualmente é Coordenador do Programa do Livro Popular por meio do Convênio Fundação Biblioteca Nacional/Ministério da Cultura e Câmara Rio-Grandense do Livro e Membro da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Palestrante: Marcelo Seixas
Palestrante: Karina Muniz Viana
Bacharel em Gravura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP). Especialista em Gestão da Informação e Inovações Tecnológicas pelo Instituto Brasileiro de Pós Graduação e Extensão (IBPEX). Gestora Museológica da Coordenação do Sistema Estadual de Museus (COSEM) da Secretaria de Estado da Cultura (SEEC). É responsável pelo planejamento e elaboração do Plano Gestor Museológico 2011 – 2014 do Estado do Paraná.
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Palestrante: Débora Aquino
Atuante nesta área desde 1988. Já participou de diversos trabalhos como atriz, diretora de teatro, figurinista, diretora de arte, gestora de instituições, gestora de projetos culturais e coordenadora de produção. Em 1990 se engajou na luta pela preservação do bioma Cerrado, trabalhando na extinta SEMATEC (Secretaria do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia), desenvolvendo vários projetos de educação ambiental. De 1995 a 1997 foi Diretora de Cultura da regional administrativa de Taguatinga. Entre 1997 e 2001 foi presidente, atriz e produtora do Celeiro das Antas. Em 2000, junto com grupos e artistas do Distrito Federal, mobiliza e funda a Cooperativa Brasiliense de Teatro, realizando vários projetos em comunidades do DF. Em 2001 montou o grupo Casa de Farinha com outros músicos, com o qual ganhou o prêmio TIM de melhor grupo regional em 2005. Em 2002 fundou a Associação Cultural Ossos do Ofício – Confraria das Artes, a qual presidiu de 2002 a 2011. Atualmente é Coordenadora de Difusão Cultural da Regional Funarte Brasília.
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Palestrante: Cristina Maseda
Palestrante: Margarete Moraes
terça-feira, 24 de julho de 2012
Palestrante: Luis Felipe Gama
Em São Paulo, sistema fortalece museus do Estado
O Sistema Estadual de Museus (SISEM-SP) foi criado em 1986 com o objetivo de reunir e articular os museus do Estado sem interferir na autonomia administrativa, jurídica e cultural de cada um deles, em busca do desenvolvimento e fortalecimento institucional dos museus paulistas. É coordenado pela Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico da Secretaria de Estado da Cultura (UPPM) e atualmente reúne 415 equipamentos, entre públicos e privados, em 190 municípios.
Entre suas atribuições, o Sistema promove exposições itinerantes por meio de parcerias com as prefeituras e/ou instituições culturais. As mostras temporárias possibilitam a difusão dos acervos e produções - que na maior parte das vezes só são vistos na capital - pelo interior e litoral do Estado de acordo com a especificidade de cada região e o perfil de cada unidade.
Outra ação são os estudos detalhados sobre cada equipamento, desde as características físicas, históricas e sociais das cidades em que estão localizados. A análise permite a realização de atividades que atendam às necessidades locais e dão suporte as itinerâncias das exposições.
Programas de formação, capacitação e aperfeiçoamento técnico de profissionais; projetos de preservação, segurança, documentação, pesquisa, intercâmbio e divulgação do patrimônio museológico e cultural; e programas culturais e educativos em geral, além de convênios entre os museus do Estado e instituições nacionais e internacionais, com a intenção de aprimorar e valorizar as instituições e seus acervos, também são feitos pelo Sistema.
O SISEM-SP é constituído por um Grupo Técnico, composto por uma equipe técnica da Secretaria de Estado da Cultura, e um Conselho de Orientação, composto por representantes de diversos órgãos e entidades do governo e da sociedade civil. O Sistema conta ainda com a atuação de coordenadores regionais eleitos pelos próprios profissionais da área, que atuam nas 15 regiões administrativas paulistas.
Museu Casa de Portinari, em Brodowski |
Mais informações: www.sisemsp.org.br
Palestrante: João Baptista Pimentel Neto
Célia Corsino fala sobre museus e patrimônio
No dia 11 de agosto, às 9h, a museóloga Célia Maria Corsino vai ministrar a palestra "Patrimônio Cultural Imaterial". Veja o que ela adiantou sobre o assunto.
- Qual é a importância do debate proposto pelo 1º Fórum Nacional da Produção Cultural em Pequenos e Médios Municípios?
Muito grande, principalmente por mostrar para todos a força e importância do trabalho realizado nos pequenos e médios municípios. Este trabalho tem crescido muito, mas ainda não atinge todos e tem o mérito de atingir, proporcionalmente, mais pessoas que nas grandes cidades.
- A falta de profissionais do setor de museus, ou mesmo a inexistência de técnicos de nível médio capacitados para o exercício das atividades, podem explicar a inexistência desses espaços em muitos dos municípios brasileiros do interior? Como superar essa situação?
Sem dúvida a falta de técnicos é um limitador, mas só este fator não pode explicar a inexistência de museus. Em toda cidade tem grupos e pessoas que se interessam pela história da cidade e seu patrimônio. Pode-se iniciar um trabalho de identificação do patrimônio e das referências culturais, que depois estariam em um museu com alunos. O estado de Minas Gerais tem muitas ações neste sentido. Lá, o que impulsiona é a distribuição do ICMS, chamada "Lei Robin Hood". Tem dado certo, mas é um trabalho de mais de 15 anos. Uma vez identificado o patrimônio, o passo seguinte, quase naturalmente, é a instalação de pequenos museus municipais.
- Considerando que, no interior do país, pequenos e médios municípios tem sua economia apoiada, basicamente, na agricultura e pecuária, como você vê a preservação do universo cultural dessas comunidades?
A preservação será realizada por meio de inventários e museus de sítio ou território onde os objetos, testemunhos e as referências culturais desta sociedade rural e agrária estarão disponíveis para o público. Sabemos que MUSEUS ainda não são considerados importantes e prioritários nestas comunidades, mas se estiverem alicerçados em um programa consistente de educação patrimonial a ser desenvolvido pelos jovens, com certeza terão uma vida maior.
- Em relação às cidades litorâneas, o interior do país é muito jovem. Em que medida essa “juventude” dificulta a preservação do patrimônio dessas localidades? Como incutir na população a necessidade de preservar o registro do tempo nesses locais?
Cidade de Goiás |
Goiânia |
- Na sua opinião, quais perspectivas os produtores e instituições culturais dos pequenos municípios, considerando a realidade atual de financiamento da cultura, têm para viabilizar suas atividades?
Na verdade, este é um problema ainda sem solução. As perspectivas podem ser melhores do que a realidade, mas a política de mecenato ainda está voltada para os grandes centros. Talvez o apoio local, bem estruturado e em cooperativas seja uma solução. Existe um nicho ainda pouco explorado pelos produtores e captadores para o financiamento de projetos, são as pessoas físicas que também pagam imposto. Com a criação de empregos e novas pequenas empresas, que saem da informalidade, poder-se-ia incrementar campanhas neste sentido, mas um problema são os incentivos concorrentes. Muitas vezes uma indústria se instala no interior já com incentivos e não tem margem para aplicar no apoio a projetos culturais. Outro problema que, creio, dificulta é o custo muito alto de todas as atividades em comparação com outros países, o que eleva os valores dos projetos.
- Considerando o modelo da Lei Rouanet, quais medidas poderiam ser tomadas como indutoras para que os grandes patrocinadores nacionais – principalmente as estatais – busquem apoiar iniciativas em museus de pequenos municípios? Seriam necessários editais direcionados a esse público?
Acredito nos editais.
Palestrante: Sandra C. A. Pelegrini
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Patrimônio, preservação da cultura
Rosina Coeli Alice Parchen, coordenadora de patrimônio cultural da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, vai participar do 1º FNPCM no dia 10, às 16h, na mesa "Questões do Patrimônio Cultural em Pequenos e Médios Municípios". Sobre esse assunto, ela respondeu algumas perguntas prévias.
- Como pautar a discussão sobre a preservação do patrimônio cultural em cidades tão novas como Maringá, que tem apenas 65 anos?
Hotel Bandeirantes, tombado pelo Estado do PR em 2004 |
- De que forma a sociedade pode promover ou solicitar a preservação do patrimônio cultural?
"A comunidade é a melhor guardiã de seu patrimônio", frase de Aluisio Magalhães, precursor da preservação no Brasil.
Qualquer cidadão ou grupo pode solicitar o tombamento daquilo que julgar ser importante como representação de sua cultura. Feita a solicitação aos órgãos competentes, estes farão a pesquisa que justifique a importância do bem para aquela comunidade. Os tombamentos podem se dar nos três níveis de governo, municipal, estadual e federal, conforme o grau de seu significado para cada instância de governo.
No Paraná, esta atividade é desenvolvida pela Coordenadoria do Patrimônio Cultural, da Secretaria de Estado Da Cultura.
- Considerando que, no interior do país, pequenos e médios municípios tem sua economia apoiada, basicamente, na agricultura e pecuária, como você vê a preservação do universo cultural dessas comunidades?
Nestas regiões estão, sem dúvida, muito presentes, os bens de natureza IMATERIAL, que são os saberes, os fazeres e as manifestações culturais próprias de cada região.
Há também nestas áreas um excepcional conjunto de bens arqueológicos; bens materiais, como sedes de antigas fazendas, pousos e invernadas, antigos caminhos, locais de beleza natural e paisagística, entre tantos outros dentro desse imenso universo cultural, que de fato proteger tudo se torna inviável. Por essa razão é que a proteção se dá naqueles bens que a comunidade tem interesse e que é de importância para ela.
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Palestrante: José La Pastina Filho
Palestrante: Eugênio de Ávila Lins
Arquiteto formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Tem especialização em Conservação e Restauração de Monumentos e Conjuntos Históricos. É mestre em Arquitetura e Urbanismo pela UFBA e doutor em História da Arte pela Universidade do Porto. Fez o projeto para o Tombamento pela UNESCO da Cidade de Salvador como “Patrimônio de Humanidade”; o projeto de delimitação das áreas de proteção do município de Porto Seguro, entre outros projetos importantes. Foi membro do Comitê de Consultores do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD/UNESCO – “Conservação de Bens Culturais no Brasil”, em 1989 e 1990 e participou de várias outras comissões, comitês e conselhos. É o atual Presidente do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - ICOMOS/Brasil.
Saiba mais sobre a Cooperativa Cultural Brasileira
Marília de Lima, presidente da Cooperativa Cultural Brasileira (CCB), virá ao 1º Fórum Nacional da Produção Cultural em Pequenos e Médios Municípios para participar da mesa Gestão de Instituições e Projetos Culturais, no dia 09 às 14h.
Para se preparar para a conversa, saiba um pouco mais sobre a Cooperativa que ela preside desde 2008. A entrevista abaixo foi concedida ao site Encontros Cooperativos e aborda as ações e os desafios para apresentar o sistema cooperativista como uma solução para os problemas do mercado cultural e também como uma ferramenta indispensável para a formalização e reconhecimento dos profissionais da cultura.
Quando foi fundada a Cooperativa Cultural Brasileira e qual é o seu objetivo?
A Cooperativa Cultural Brasileira nasceu Cooperativa dos Profissionais da Música (COOPROMU) e foi fundada em 05 de maio de 2004 com o objetivo de formalizar o trabalho de músicos que prestavam serviço em diversos locais como SESCs, prefeituras, um projeto do estado de São Paulo chamado Projeto Guri e as Oficinas Culturais de São Paulo. Com o passar do tempo e as novas necessidades destes músicos e seus parceiros, em trabalhar em outros setores da cultura, a cooperativa foi reestruturada e renomeada. Hoje a Cooperativa Cultural Brasileira tem como objetivo ser uma ferramenta para formalizar, divulgar, organizar e fomentar o trabalho dos diversos profissionais da cultura.
Como funciona a dinâmica de relacionamento entre a cooperativa e seus cooperados?
Nosso principal lema é a transparência nas ações e intenções de tudo o que fazemos ou queremos fazer. É bastante complicado manter um relacionamento ativo com todos os cooperados, mas adotamos alguns canais de comunicação que tem gerado um feedback interessante. Nossos canais de comunicação:
- o site direcionado para os Cooperados, que é o www.coopcultural.org.br, onde todo o nosso material institucional está à disposição, matérias sobre cultura, editais abertos, parcerias, eventos realizados, fotos, etc. Além disso, tem o portal do cooperado, onde o mesmo pode ver seus demonstrativos de produção, demonstrativo de IR, etc.
- o site www.pontodecultura.com.br, que comercializará todos os produtos e serviços dos cooperados, além de disponibilizar informações sobre o mercado cultural.
- web-informativo semanal enviado a todos os cooperados e parceiros.
- jornal “O Toque”, publicação parceira com edição semestral.
- além de estarmos em todos os sites de relacionamento na internet com um canal direto junto aos cooperados.
Além disso, realizamos eventualmente em todo o interior de São Paulo e outros estados cursos gratuitos sobre Cooperativismo, Cultura, Projetos Culturais, Administração da carreira, etc. Hoje, nossas assembleias anuais são feitas também por vídeo conferência, via internet, para atingir um número maior de cooperados. O projeto para este ano é que todos os cooperados tenham seu certificado digital e participem em suas casas das assembleias, as quais pretendemos que sejam semestrais.
Você acredita que o cooperativismo cultural no Brasil pode ser tão forte como o cooperativismo de outras áreas, como por exemplo, o da saúde? Que fatores o impedem de alcançar seu pleno desenvolvimento?
Sim. Acredito que o cooperativismo cultural pode e deve sim se fortalecer como a área da saúde. O cooperativismo na área cultural vem como a grande solução, pois é um caminho melhor do que “emprestar” notas fiscais de outras empresas onde não poderá comprovar vínculo formal ou abrir sua própria empresa, pois a maioria dos profissionais desta área não tem experiência administrativa-jurídica-financeira e a cooperativa o ajuda nisso. O mercado da Cultura engloba não só as belas artes como teatro, dança, circo, música, artes plásticas e literatura, mas também eventos, educação, esporte, turismo, lazer, entre outros, que trabalham com patrimônio, culinária etc. A cultura é o que dá “raiz” a um povo, é o seu código. No Brasil existem hoje mais e mais investimentos para a área da cultura. Só em São Paulo serão investidos mais de 300 milhões em um grande teatro para a dança. Todos os novos shoppings que estão sendo construídos têm agora uma sala para teatro, além do cinema. O Ministério da Cultura (MinC) em suas ações tem criado projetos que, de norte a sul, tem aumentado o “consumo” da cultura no país e este é ainda menos de 10% do seu potencial. O Ministério também fomenta cada vez mais as produções cinematográficas. O turismo investe diariamente em cultura como apelo para os roteiros. A educação rediscute e se volta para a necessidade de aliar cultura à educação e já conta com uma verba de 25% do orçamento para este investimento. A produção de livros, CDs, sites culturais e produtos culturais tem crescido numa média de mais de 20%. O mercado internacional investe cada vez mais na cultura do Brasil. O Brasil é a “Bola da vez” no mercado internacional e a melhor forma de relacionamento é começar pela cultura. O Brasil tem em si inúmeras manifestações culturais, e mistura destas, de outros países o que possibilita inúmeros projetos. O desenvolvimento social também trabalha a cultura como foco. Teremos Copa do Mundo e Olimpíadas nos próximos anos e a movimentação já começou. E muitas outras informações referenciais que podem nos dar uma visão abrangente deste mercado nacional, além das referências, exemplos e necessidades internacionais.
Como fundadora da Federação Brasileira das Cooperativas de Cultura (FEBRACCULT), fale sobre os objetivos da Federação e da sua importância para o intercooperativismo.
As cooperativas de Cultura estão hoje alocadas ou no ramo do trabalho ou no ramo da produção. São cooperativas de profissionais da cultura, de artesanato, etc. A grande importância da FEBRACCULT é mostrar como o trabalho desta área é diferente das cooperativas “normais” de trabalho ou de produção e o nosso apelo cultural. Assim como as cooperativas de saúde se correspondem e orientam pelos órgãos governamentais fiscalizadores da saúde, os da área agrícola para os órgãos da agricultura etc, apesar de também serem cooperativas de trabalhadores. As cooperativas de cultura se organizam, se programam, respondem e participam de acordo com as ações e organizações do Ministério da Cultura. A Federação Brasileira das Cooperativas de Cultura (FEBRACCULT) fortalecerá este mercado e discutirá os problemas afins a estas cooperativas. A intercooperação já é um fato no mundo da cultura, os profissionais não são fixos, não estão estáticos. Tudo circula e para isso o intercâmbio, as redes, a intercooperação será de grande ajuda, no mercado nacional e internacional. Os artistas já se cooperam informalmente há séculos. Iremos agora fomentar a melhor forma de formalização que acreditamos ser através do cooperativismo.
Quais são as expectativas em relação ao papel da Cooperativa Cultural Brasileira no mercado cultural e os planos e metas para o futuro?
Fortalecer a marca “COOPERATIVA CULTURAL BRASILEIRA”. Sermos cada vez mais transparentes. Atender mais e melhor nossos sócios-cooperados. Ajudar na estruturação do mercado cultural.
Para isso, criamos na Cooperativa Cultural Brasileira a “incubadora de cooperativas” que fomenta a criação de outras cooperativas Culturais em todo o país através de núcleos já existentes na CCB. O objetivo é que estas sejam autossustentáveis e regionais para que exista uma maior participação e um trabalho mais eficaz. Já temos hoje em andamento a criação de uma Cooperativa Cultural Brasileira em cada região do Brasil. Recife, Salvador, Sul de Minas, Rio de Janeiro, Curitiba, Cuiabá e cidades do interior de SP são alguns locais que já se organizaram. Queremos participar ativamente da formatação deste mercado que já existe, mas ainda faltam leis, regulamentação, planejamento e projetos específicos. Cultura é um direito de todos, mas que chega a poucos.
Palestrante: João Paulo Marôpo
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Palestrante: Flor de Maria Silva Duarte
Bailarina, atriz, técnica em arte e cultura. Formada em Pedagogia e Direito, com mestrado em Estudos da Literatura e Formação do Leitor. Foi professora da Companhia Trianon e do Ballet de Maringá. É Secretária de Cultura de Maringá desde janeiro de 2005. É membro do Conselho Estadual de Editoração e Coordenadora de Cultura da Regional Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep).
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Palestrante: Marcos Cordiolli
Foi Assessor Técnico da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados (2010). Autor dos livros "Sistemas de ensino e políticas educacionais no Brasil" (Editora Ibpex, 2011) e "Currículo escolar: teorias e práticas" (Editora Mello, 2011).
Cineasta. Produtor Executivo dos filmes "O Sal da Terra", "Curitiba Zero Grau", "Brichos 2: a floresta é nossa". Assessor da diretoria da Agência Nacional do Cinema (Ancine).
Palestrante: Roberto Gonçalves de Lima
Bacharel em Filosofia pela PUC/SP. Desde 1985 atua como produtor, dramaturgo, diretor e iluminador em espetáculos de Teatro e Dança, tendo recebido diversos prêmios como Prêmio Estímulo do Governo do Estado de São Paulo, Prêmio APCA, entre outros. Gerente de Cultura da Prefeitura da Estância Turística de Ribeirão Pires. Integrou a Coordenação Geral da 1ª Conferência Municipal de Cultura de São Paulo. Foi Gerente de Participação Social da Secretaria de Articulação Institucional (SAI) do Ministério da Cultura, onde foi Coordenador Executivo da 1ª Conferência Nacional de Cultura. Coordenou e organizou a publicação dos Cadernos das Oficinas do Sistema Nacional de Cultura. Coordenador Geral do Pólo Cultural “Galeria Olido”, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Coordenador do GT de Cultura do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC – SP.xx
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quarta-feira, 18 de julho de 2012
Palestrante: Saskia Sá
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Palestrante: Antônio Carlos Pinto Vieira
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Palestrante: Luiz Bertipaglia
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Palestrante: Viviane Schüssler
Palestrante: Gabriel Simões Gobbi
Palestrante: Sônia Zanchetta
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terça-feira, 17 de julho de 2012
Palestrante: Daniela Pfeiffer Fernandes
Palestrante: Valdir Grandini Alvares
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Palestrante: Lucília Helena do Carmo Garcez
Palestrante: Eloísa da Silva Galdino
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Palestrante: Marília de Lima
quinta-feira, 12 de julho de 2012
Palestrante: Luiz Antônio Bolcato Custódio
Documentário do IMMV terá participação de Max Fercondini
O ator Max Fercondini, que atualmente apresenta o programa Globo Ecologia na Rede Globo de Televisão, fará parte do documentário “Agricultura brasileira e sua história”, projeto proposto e aprovado pelo Instituto Museu Memória e Vida na Lei Rouanet.
Ainda em fase de captação de recursos, o projeto tem como objetivo contar a história da agricultura brasileira e seus aspectos culturais, demonstrando a importância destes para o desenvolvimento nacional e valorizando o homem do campo por meio do retrato de sua identidade, seus fazeres e conhecimentos específicos.
Isso será feito por meio do resgate da memória individual e, ao mesmo tempo, da memória coletiva de homens e mulheres que vieram para o Brasil e se fixaram em diversas regiões. Os depoimentos, equipamentos e construções - fatores determinantes que identificam o brasileiro do interior - serão importantes testemunhos das histórias locais e de comunidades agrícolas.
“Acho que teremos a chance de fazer um belo trabalho que valoriza nossas origens. O Brasil é o maior e mais diverso produtor de alimentos do mundo. Precisamos contar esta história e resgatar a memória dos que fizeram esta possibilidade ser real”, comenta Fercondini, que trabalha como ator desde os 14 anos, fazendo novelas e filmes.
“É fundamental termos uma produção constante voltada à ecologia, afinal, este país é merecedor da natureza que conserva e dos benefícios ecológicos que dela usufruímos”, destaca. E sobre o fato do projeto ter apoio da Lei Rouanet, diz: “Acho que são excelentes mecanismos de fomento à produção cultural. Em alguns casos, estas leis são a única forma de viabilizar projetos de grande valia para preservar nossa cultura”.
No momento, Max Fercondini está participando de um documentário sobre a aviação brasileira. Além dele, o projeto também contará com a presença da produtora Elza Savaget, que por 20 anos foi produtora executiva do programa Globo Ecologia.
Mais 2 projetos culturais de Maringá são aprovados na Lei Rouanet
O Instituto Museu Memória e Vida foi parceiro na aprovação de mais dois projetos culturais para Maringá. Na reunião 200 da CNIC, realizada hoje (12/07) em Fortaleza, os projetos "23º Festival Nipo-Brasileiro" e "Os Lusíadas" foram aprovados com valores próximos da totalidade.
O 23º Festival Nipo-Brasileiro é realizado pela Acema e terá duração de nove dias. O projeto aprovado permitirá viabilizar a programação cultural e artística do evento, com apresentações de espetáculos de artes cênicas, música instrumental e exposições relacionadas à cultura oriental.
O outro projeto permitirá a gravação de CD e DVD do tradicional grupo folclórico Os Lusíadas, criado em Maringá em 1968, além de viabilizar apresentações artísticas no Brasil e em Portugal.
O 23º Festival Nipo-Brasileiro é realizado pela Acema e terá duração de nove dias. O projeto aprovado permitirá viabilizar a programação cultural e artística do evento, com apresentações de espetáculos de artes cênicas, música instrumental e exposições relacionadas à cultura oriental.
O outro projeto permitirá a gravação de CD e DVD do tradicional grupo folclórico Os Lusíadas, criado em Maringá em 1968, além de viabilizar apresentações artísticas no Brasil e em Portugal.
Palestrante: Rose Moreira de Miranda
Palestrante: Rosina Coeli Alice Parchen
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Palestrante: Henilton Menezes
No interior do Rio de Janeiro, cidade de 50 mil habitantes tem projeto cultural premiado
Equipe realizadora do MacacuCine Festival |
A pequena cidade de Cachoeiras de Macacu, localizada a 94 km da capital fluminense, tem cerca de 50 mil habitantes, nenhuma sala de cinema e um projeto que pode ser incluído na descrição acima. Lá a falta de equipamentos culturais não impediu o desenvolvimento da cultura. Pelo contrário: o maior obstáculo foi também a maior motivação.
O MacacuCine Festival foi criado em 2007 por alunos do curso de Produção Cultural da Universidade Federal Fluminense (UFF) como um evento de extensão. Os objetivos do evento são resgatar a paixão pelo cinema na cidade, cujas salas de cinema foram fechadas gradativamente e formar público pensante que não só consuma como também produza cinema. Para isso, o festival foi pensado para atuar junto às escolas do município, oferecendo oficinas ao longo do ano.
Com sessões ao ar livre e em salas de aula, oficinas e debates, o festival conseguiu instigar nos alunos o desejo de criarem seus próprios filmes. Atualmente, integra a programação uma mostra competitiva de curtas feitos por estudantes de escolas públicas. Assim, unindo cultura e educação, o projeto viabilizado por apoios de instituições que compartilham da opinião de que a cultura é importante para uma sociedade melhor, o MacacuCine transforma.
Em 2010 o projeto recebeu o Prêmio Rio Sociocultural, iniciativa do Instituto Cultural Cidade Viva e, em 2011, foi agraciado com o Prêmio de Cultura do Estado do Rio de Janeiro na categoria Audiovisual.
Filipe Gonçalves, diretor geral do MacacuCine Festival, respondeu algumas perguntas sobre a arte de fazer cultura no interior.
Festival movimenta a cidade de Cachoeiras de Macacu |
- Como surgiu a ideia de realizar um projeto que une cultura e educação, em um município com cerca de 50 mil habitantes, utilizando o audiovisual como ferramenta de ensino em uma cidade que não dispõe de salas de cinema?
A falta de uma sala de cinema em Cachoeiras de Macacu foi justamente o que motivou a criação do MacacuCine. A cidade estava há mais de duas décadas sem uma sala de cinema e acreditávamos que um festival seria a melhor maneira de resgatar novamente o interesse da população pela sétima arte. Para sustentar as sessões e debates propostos pelo MacacuCine não bastaria simplesmente erguer uma tela e exibir os filmes, precisaríamos cativar o público. Como as escolas geralmente utilizam pouco ou mal o audiovisual, levamos a proposta de potencializar o uso do audiovisual nas escolas e assim formar público para o cinema, porém um público crítico, consciente, que debatesse os temas dos filmes.
- Quais obstáculos surgiram e como vocês os enfrentaram/enfrentam?
O festival surgiu em 2007, quando toda a equipe ainda estava na universidade. Cursávamos produção cultural na Universidade Federal Fluminense e apesar de eu ser de Cachoeiras de Macacu, vivia em Niterói, a quase 100km de distância. No primeiro momento as dificuldades encontradas foram muitas. Havia a distância, já que a equipe de produção era toda de Niterói, o que dificultava e encarecia o contato, éramos relativamente inexperientes, ainda no quarto ou quinto período do curso, a cidade não dispunha de equipamento necessário para as projeções e o principal, não havia recurso financeiro. Conseguimos superar estas dificuldades acreditando no potencial do projeto e no impacto que causaria na sociedade. Era uma chance de fazer algo que contribuísse para o desenvolvimento cultural e educacional daquela cidade. Utilizamos nossos próprios recursos na produção e logística e agregamos parceiros que obtinham os equipamentos necessários para as sessões. Com o projeto bem escrito não foi difícil agregar estes parceiros que, em sua totalidade, não pertenciam a cidade.
- Neste sentido, qual foi a importância das instituições da cidade? Quais foram os apoios que tiveram?
Como a grande maioria das pequenas cidades, principalmente as do interior, Cachoeiras de Macacu não conta com uma secretaria específica para cultura. A pasta está sempre atrelada a educação, turismo, esporte, lazer etc. de forma que as políticas culturais ficam sempre em segundo plano. A economia do município gira em torno do funcionalismo público e de atividades rurais, contando com pouquíssimas indústrias e pequenos estabelecimentos comerciais. Tentamos conseguir alguma forma de apoio, mas logo tivemos que abandonar essa ação por vermos que não seria possível obter resultados. As únicas instituições em Cachoeiras de Macacu que definitivamente apoiaram o MacacuCine foram as escolas da rede estadual de ensino e o Jornal O Estado em Notícias.
- Qual é o modelo de produção desenvolvido pelo MacacuCine?
Diante das dificuldades apresentadas, o MacacuCine acabou por desenvolver um modelo próprio de produção. A equipe de produção se encontra em outra cidade e dialoga com uma equipe local, geralmente artistas e produtores de outros ramos artísticos como teatro, dança e música, além de diretores de escolas e professores. A equipe principal estrutura o festival e dialoga com os stakeholders enquanto a equipe local faz a conexão com diretores, professores e alunos.
- Encontraram dificuldades que acreditam ser específicas de cidades pequenas? Quais?
Como produtor cultural tive a oportunidade de acompanhar a produção cultural de diversas cidades do país e acredito que a maior dificuldade encontrada seja na falta de uma pasta específica para a cultura. A falta de secretaria de cultura e de profissionais qualificados a pensar e gerir cultura torna ainda mais difícil a tarefa do produtor cultural nas pequenas cidades. Outro grande problema é que as pequenas cidades não dão visibilidade aos grandes apoiadores do ponto de vista do marketing cultural. As atividades apoiadas podem até entrar no relatório social, mas como todos sabem, não é tão interessante para uma empresa, já que ínfimas pessoas leem estes relatórios, que são usados geralmente na obtenção de ISOs. O que as empresas realmente querem é patrocinar grandes eventos em grandes cidades, o que torna o eixo Rio - SP tão monopolizador, obrigando o MinC a pensar meios de descentralização de recursos. Esse desinteresse por parte das empresas em cidades pequenas torna a captação algo quase impossível.
- Como hoje, financeiramente, viabilizam o festival?
O MacacuCine conseguiu se tornar sustentável. Lida com apoiadores que investem no festival com seus recursos materiais destinando equipamentos e serviços. Temos como principais apoiadores o SESC Rio, a Universidade Federal Fluminense - UFF, o Centro Técnico Audiovisual - CTAv e o Grupo Pensar. Recursos financeiros representam 1/6 do projeto e são destinados à remuneração de equipe de produção. Editais específicos em audiovisual e prêmios são as principais fontes de recursos financeiros do MacacuCine atualmente.
- Em alguma edição, utilizaram a Lei Rouanet?
A cada ano temos o MacacuCine aprovado sem qualquer diligência na Lei Rouanet, porém ainda vigora a dificuldade de captar recursos para uma cidade do interior.
- Na sua opinião, qual é a importância do debate proposto pelo 1º Fórum Nacional da Produção Cultural em Pequenos e Médios Municípios?
É um fórum de suma importância para a produção cultural no Brasil. Sempre discutem a descentralização da produção e seus recursos, porém essas discussões ou são nos grandes centros ou são propostas por instituições provenientes de grandes centros. As pequenas e médias cidades pouco são ouvidas e sozinhas não têm como medir forças com a produção das grandes cidades. Não que medir forças seja necessário ou seja a intenção, já que existe espaço (até inexplorados) para todas, porém precisa-se de um entendimento por parte dos apoiadores e órgãos de cultura que medidas necessitam ser tomadas. Não é apenas em torno da memória e da preservação que gira a cultura em pequenas e médias cidades. Um fórum como o 1º Fórum Nacional da Produção Cultural em Pequenos e Médios Municípios chamará a atenção de gestores culturais e setoriais de cultura de todo o país e estimulará o debate acerca do assunto.
- Quais são os grandes desafios e obstáculos da gestão pública para o incentivo à cultura no interior do país?
Acredito que, por mais que pareça clichê, os principais obstáculos da gestão pública para o incentivo à cultura no interior do país é justamente a descentralização de recursos. É como o problema de má distribuição de renda do país, onde pouquíssimos têm muito e a grande maioria não tem quase nada. Temos no Brasil um cenário de cultura popular incrível, porém os investimentos milionários estão no Sudeste e Sul, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Sobram algumas ações para o Nordeste, em cidades chaves como Salvador, Recife e Fortaleza e é como se não houvesse cultura no Norte ou Centro-Oeste. Eu tive a oportunidade de conhecer quase todos os estados brasileiros e ver de perto como funciona a política cultural em diversos lugares e a situação é precária. Há de ser vencida a má distribuição dos recursos, capacitar profissionais para trabalhar com cultura, discutir cada vez mais a produção e distribuição cultural e criar mecanismos de apoio que possibilitem aos pequenos e médios municípios ao menos uma fatia do bolo.
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