quinta-feira, 16 de agosto de 2012


Encontro em Maringá (PR) debateu a produção cultural em pequenos e médios municípios

Por Blog Acesso

Produtores, gestores, artistas e instituições culturais de pequenos e médios municípios do interior do país vivem uma realidade diferente daquela experimentada nos grandes centros. O 1º Fórum Nacional da Produção Cultural em Pequenos e Médios Municípios – FPCM, realizado entre os dias 7 e 11 de agosto, na cidade de Maringá, no Noroeste do Paraná, foi um momento de trocas sobre os desafios específicos da produção cultural em municípios do interior e sobre as oportunidades que tais localidades oferecem.
Idealizado pelo Instituto Museu Memória e Vida – IMMV, o fórum quis aproximar os agentes culturais do interior, compartilhar experiências e abrir o debate sobre a produção cultural. Foram organizadas discussões em torno dos eixos Políticas Públicas de FomentoGestão de instituições, projetos e iniciativas culturais eFinanciamento da Produção Cultural, além dos debates por segmentos culturais, realizados na última sexta-feira.
FPCM aconteceu concomitantemente à primeira reunião da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura – CNIC em uma cidade que não é capital. Reunidos em Maringá, os comissários analisaram mais de 500 projetos de todo o Brasil que pleiteavam aprovação para captar recursos por meio do mecanismo de renúncia fiscal da Lei Rouanet, cujo volume soma cerca de R$ 600 milhões. Na ocasião, os comissários puderam ainda conhecer os projetos apresentados por proponentes da cidade de Maringá, como o Som da Banda, a Orquestra Cesumar e o Festival Nipo Brasileiro, aprovados para captação pela lei de incentivo fiscal.
Sérgio Mamberti, secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura – MinC, ministrou a palestra de abertura e destacou a coesão existente entre o debate proposto pelo FPCM e o atual momento do MinC. O secretário falou sobre a importância de o estado assumir seu papel na formulação de políticas públicas para a área da cultura, sobre a apropriação, a participação e a legitimação das políticas por parte da sociedade e sobre a importância dos pequenos e médios municípios para o desenvolvimento da cultura. “A cultura deve ser o retrato da diversidade brasileira”, afirmou.
Sobre o 1º Fórum Nacional da Produção Cultural em Pequenos e Médios Municípios, o Acesso conversou com Marcelo Seixas, gestor do IMMV. Confira abaixo!
Acesso – Que momentos do FPCM você destacaria?
Marcelo Seixas –
 Acreditamos que o fórum permitiu alguns momentos especiais, como o encontro com os integrantes da CNIC, a palestra do Henilton Menezes, no dia 8, e o bate-papo por área cultural na sexta-feira, dia 10 de agosto. A participação das cooperativas culturais e a abordagem do tema na maioria da programação também foi destaque.
Acesso – Você concorda que há coesão entre o debate proposto pelo fórum e as atuais diretrizes do MinC?
M. S. – 
Sim, e essa foi uma motivação da organização quando fizemos o convite aos palestrantes. Sabíamos que o pouco conhecimento sobre os instrumentos de financiamento disponíveis, sobre a forma de gestão e a inexistência de estratégias de captação são, juntos, os motivos que dificultam a produção cultural nos pequenos e médios municípios.
Acesso – Durante o FPCM, a CNIC fez sua primeira reunião em uma cidade que não é capital. Qual a importância desse momento para a produção cultural do interior do País?
M. S. – 
Acreditamos que para as cidades do interior será uma redenção, pois há muitos arranjos produtivos locais da economia criativa que são possíveis e que serão potencializados com a realização de uma itinerância da comissão. Temos muitas possibilidades que, se exploradas, poderão, através da cultura, trazer desenvolvimento para muitas localidades, potencializando o “bom turismo”, gerando renda e desenvolvimento humano para suas comunidades.
Acesso – Que oportunidades têm os produtores e as instituições culturais dos pequenos municípios para viabilizar suas atividades?
M. S. – 
O que percebemos mais fortemente é que as comunidades menores têm um maior acesso aos gestores públicos e aos agentes sociais locais. Todos se conhecem, ficando mais facilitada a construção de parcerias e projetos comuns. O que precisamos fazer é capacitar estas iniciativas para que se consiga acesso aos instrumentos hoje existentes.
Acesso – Após os debates que aconteceram ao longo do fórum, que perspectivas e que desafios ficam?
M. S. – 
Temos que integrar um maior número de municípios, fortalecer os movimentos de interiorização das políticas púbicas já oferecidas – como o edital Mais Museus –, e promover um debate contínuo com todos os produtores, artistas e instituições culturais dos pequenos e médios municípios do País.
Bernardo Vianna / blog Acesso

Nenhum comentário:

Postar um comentário